Quanto ao filme, continua intacto em sua força e inventividade. Quanta liberdade ao fazer esse mix de documentário e memorialismo! Um filme em camadas, geológico, ou melhor, arqueológico, que se lê também como um mosaico,compondo suas partes num todo que só a nós, espectadores, cabe concluir. Outro aspecto: Fellini, dos anos 70 em diante, se aproximava cada vez mais da grande tradição pictórica do seu país. Seus filmes são como pinturas - e portanto só ganham sua real dimensão na tela grande, para a qual foram pensados. Uma noite recompensadora. Em especial para quem, por dever de ofício, é obrigado a ver tantos filmes ruins.