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Cinema, cultura & afins

Opinião|Polanski

O diretor polonês entrou no noticiário com sua detenção na Suíça e o pedido de extradição dos EUA, onde responde por crime sexual. Daí a importância do documentário que leva seu nome no título, dirigido pelo brasileiro Alê Primo, construído em torno de longa entrevista com o diretor quando ele aqui esteve em 2004.

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

É uma entrevista de trabalho, na qual o cineasta relembra sua longa carreira, de estudante de cinema em Lodz, na Polônia, até a consagração como diretor de sucesso internacional. São dois os trunfos do filme. Primeiro, a clareza com que Polanski se expressa sobre seu trabalho, desde os primeiros curtas-metragens até os sucessos de O Bebê de Rosemary, Chinatown e O Pianista. Segundo, a presença de imagens de quase toda a sua obra, mesmo as menos conhecidas. Polanski não se nega a falar também dos fracassos, o maior deles, Piratas, com Walter Matthau.

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Fala também da tragédia com sua mulher, Sharon Tate, assassinada pelo bando de Charles Mason em sua casa de Los Angeles. Polanski relembra sua experiência no gueto judeu, o outro fato traumático de sua existência. Usou-a em O Pianista.

O filme traz texto em off escrito por Marcelo Rubens Paiva e depoimentos de brasileiros. Falam Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ugo Giorgetti e Hector Babenco. Polanski é cineasta de rara intensidade, um mestre, quaisquer que sejam as polêmicas em torno de sua conduta pessoal.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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