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Cinema, cultura & afins

Opinião|Para mim, 'Encouraçado Potemkin' ainda é o máximo

Nas listas de fim de ano, o clássico de Sergei Eisenstein para mim ainda continua a ocupar o topo. Concordo com Hobsbawm que a cena da Escadaria de Odessa são os seis minutos mais influentes da história do cinema

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Atualização:

Os seis minutos mais influentes do cinema, segundo Hobsbawm Foto: Estadão

O fim de ano anda pródigo em listas. O pessoal do Caderno 2 pediu a a cada um a relação dos dez maiores filmes da história do cinema e divulgou o resultado médio da sondagem feita com a equipe. Acho justo divulgar meu voto individual. Mesmo porque, dos dez que indiquei, apenas um, Cidadão Kane, se encontra entre os dez da equipe do caderno. Generation gap, diria alguém.

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Potemkin sempre esteve em minhas listas, mas confesso que nos últimos anos cedeu o primeiro posto a 81/2, de Federico Fellini, meu filme mais querido. De qualquer forma, nesta reavaliação resolvi subir Potemkin de novo para o primeiro dos primeiros. Por razões cinematográficas e extracinematográficas. Entre estas, incluo o mal-estar diante da despolitização crescente da apreciação do cinema entre nós. Achei que era hora de reafirmar a primazia deste filme, político por essência. Isto coincide com a visão desrespeitosa e infantil de Peter Greenaway sobre diretor de Potemkin no filme Que Viva Eisenstein!, sobre a passagem do cineasta por Guanajuato para filmar Que Viva México!

Desagravos à parte, continuo achando que a sequência da Escadaria de Odessa são "os seis minutos mais influentes da história do cinema", conforme citação do historiador Eric Hobsbawm em seu livro clássico Era dos Extremos. Todo mundo tem direito de achar que Hitchcock é a última Coca-Cola do deserto, ou que o cinema começou com Pulp Ficction, nos anos 90.

Mas eu não me dou esse direito. A lista, claro, é pessoal e aí está para apreciação, comentários e críticas.

  • Encouraçado Potenkim, de Sergei Eisenstein
  • 8 ½, de Federico Fellini
  • Cidadão Kane, de Orson Welles
  • Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais
  • Terra em Transe, de Glauber Rocha
  • Viridiana, de Luis Buñuel
  • Tempos Modernos, de Charles Chaplin
  • Memórias do Subdesenvolvimento, de Tomás Gutierrez Alea
  • Gritos e Sussurros, de Ingmar Bergman
  • Acossado, de Jean-Luc Godard

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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