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Cinema, cultura & afins

Opinião|Brasília: um festival em crise?

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Segue, abaixo, a lista dos concorrentes do Festival de Brasília, o mais antigo evento do gênero do País e que hoje enfrenta centenas de concorrentes, todos disputando filmes para seus concursos.

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Há festivais nos quatro cantos do Brasil e alguns com musculatura financeira bastante consistente, como o Festival do Rio e o recém-criado de Paulínia. Essa concorrência se reflete na seleção de Brasília. Há apenas um longa de ficção entre os concorrentes, o de Rosemberg Cariry. Não havia outros disponíveis. Ou melhor, segundo me contou um passarinho, havia apenas mais dois, porém constrangedores. Assim, a ênfase teve de recair sobre os documentários, disponíveis em número crescente devido às facilidades da nova tecnologia.

Com tudo isso, pode até ser um festival interessante, e não posso falar nada sobre filmes que não vi, mas Brasília deve reconhecer que está sob fogo cerrado e precisa repensar a vida se quiser se manter no topo nos próximos anos. Talvez mudar de data e antecipar-se ao Rio, que passa como um trator com sua Première Brasil, mostra de vocação onívora. Além disso, Brasília talvez possa mesclar o processo de seleção com convites a diretores que estiverem aprontando seus filmes, prática, aliás, adotada pelos grandes festivais do mundo. Isso significa apostar no escuro em alguns diretores, e, com isso, contrariar interesses. Mas o que fazer?

Porque se não fizer nada, e fingir que o tempo não passou, e que a situação mudou nos últimos anos, Brasília verá sua importância encolhida no cenário cinematográfico brasileiro.

Longas 35mm (sinopses e fichas-técnicas em anexo)

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1. À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel, 83min, SP 2. FilmeFobia, de Kiko Goifman, 80min, SP 3. Ñande Guarani (Nós Guarani), de André Luís da Cunha, 76min, DF 4. O Milagre de Santa Luzia, de Sergio Roizenblit, 104min, SP 5. Siri-Ará, de Rosemberg Cariry, 90min, CE 6. Tudo Isso me Parece um Sonho, de Geraldo Sarno, 150min, RJ

Curtas 35mm

1. A arquitetura do corpo, de Marcos Pimentel, 21min, MG 2. A Minha Maneira de Estar Sozinho, de Gustavo Galvão, 15min, DF 3. A Mulher Biônica, de Armando Praça, 19min, CE 4. Ana Beatriz, de Clarissa Cardoso, 9min, DF 5. Brasília (Título Provisório), de J. Procópio, 15min, DF 6. Cães, de Adler Paz e Moacyr Gramacho, 16min, BA 7. Cidade Vazia, de Cássio Pereira dos Santos, 13min, DF 8. Minami em Close-up, de Thiago Mendonça, 18min50, SP 9. Na Madrugada, de Duda Gorter, 21min, RJ 10. Nº 27, de Marcelo Lordello, 19min, PE 11. Que Cavação É Essa?, de Estevão Garcia e Luís Rocha Melo, 19min, RJ 12. Superbarroco, de Renata Pinheiro, 16min, PE

Filmes em 16mm

2+2=5, de Gui Campos, 7min, DF 32 Mastigadas: 16N e 165, de Maria Vitória Canesin, 13min, DF A Menina Espantalho, de Cássio Pereira dos Santos, 13min, DF Alice, de Edqard Boggiss e Miguel Przewodowski, 20min, RJ Canosa One, de Fellipe Gamarano Barbosa, 18min, RJ Cidade do Tesouro, de Célio Franceschet, 18min, SP Cotidiano, de Renato Jevoux, 14min, RJ Depois das Nove, de Allan Ribeiro, 15min, RJ Depois de Tudo, de Rafael Saar, 12min, RJ Disfarça e Chora, de Robson Graia, 10min30, DF Homicida É, de Gustavo Serrate, 25min, DF Incarcânu A Tiortina, de Tau Tourinho e Gabriel Lopes Pontes, BA Landau 66, de Fernando Sanches, 11min51, SP Mãe, de Luiz Antônio Pereira, 15min, RJ Marcelo Bousada, quem?, de Denilson Félix, 39min, DF Maridos, Amantes e Pisantes, de Angelo Defanti, 12min, RJ Medo do Escuro, de Cauê Brandão, 17min, DF Memórias Finais da República de Fardas, de Gabriel F. Marinho, 35min, DF Minha Tia, Meu Primo, de Douglas Soares, 9min10, RJ Na trilha das guerreiras, de William Alves, 40min, DF Nada Consta 2: Malditos Robôs, de Santiago Dellape e Davi Matos, 15min, DF Nello's, de André Ristum, 26min, SP Nem marcha Nem chouta, de Helvécio Marins Jr., 8min, MG O Beijo da Meia Noite, de Jefferson Matoso, 14min, DF O Caipira e o Chupa-Cabras, de Joelson Miranda Santos, 12min, GO O que há de ficar, de Felipe Continentino, 14min50, RJ O Rapto da Lua, de Fábio Escovedo e Vinicius Pereira, 19min05, RJ O Velho Guerreiro não Morrerá - O Cangaceiro de Lima Barreto 50 Anos Depois, de Paulo Duarte, 20min, SP Ouroboro, de Maurício Antonângelo, 17min, SC Poesia do Barro, de Adriana Gomes, 40min, DF Raul de Xangô, de Érico Cazarré, Henrique Siqueira, Marieta Cazarré, 17min, DF Tira-gosto de Poeta, de Danielle Araújo, 24min40, DF V.I.D.A., de Geison Ferreira e Vinícius Zinn, 22min30, SP Varenick com vatapá, de Marcelo Szykman, 18min, SP

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Abertura e Encerramento

Na cerimônia de abertura do Festival, em 18 de novembro, terça-feira, será exibido o longa-metragem S. Bernardo (1972), de Leon Hirszman, filme lançado em 1973, com cópia restaurada. A sessão para convidados será realizada às 20h30, no Teatro Nacional Claudio Santoro.

O encerramento do Festival acontece na noite de 25 de novembro, terça-feira, também em cerimônia para convidados, com a exibição do filme Lance Maior (1968), de Silvio Back, e premiação.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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