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Opinião|O Amor segundo B. Schianberg

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Atualização:

Pode ser que O Amor Segundo B. Shianberg seja um daqueles filmes experimentais que funcionam melhor na prancheta que na tela. Talvez seja exercício de um diretor que, em sua ainda breve carreira, gosta de ultrapassar patamares e sondar com o abismo. Pode ser tudo isso e algo mais. Visto sem preconceitos, ou reverência antecipada pela vanguarda, é um filme que encerra pelo menos alguns encantos inesperados.

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Beto Brant que já visitara o tema do amor jovem em outro trabalho (Cão Sem Dono, parceria com Renato Ciasca), volta a ele de maneira fragmentária. Existe narração nesse falso reality show. E ela fala, de maneira assimétrica, das circunstâncias pelas quais um casal jovem se forma, se atraia, se desentende, etc. Não há frieza na maneira como esse relacionamento entre um ator e uma artista plástica acontece. O que deveria ser óbvio: a não-linearidade não se opõe, de maneira automática, à expressão do sentimento. Pode mesmo ajudar a captá-lo lá onde uma narração mais convencional talvez o oculte.

De toda forma, uma aspiração possível do cinema é essa emergência do real, do espontâneo em seu frescor, e em toda fugacidade. Nesse sentido, O Amor... funciona com um improviso jazzístico. A beleza surge de repente, quase sem querer.

(Caderno 2, 12/2/10)

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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