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Opinião|Notícias de Manaus

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

MANAUS - É a primeira vez que venho a este festival e estou gostando. Cabe uma fase de adaptação. Afinal, é um evento bastante diferente de outros que tenho hábito de freqüentar. O turismo é uma ênfase. As pessoas vêm do exterior atraídas pela Amazônia, o que é compreensível. O cinema sofre um pouco com isso. Acabei de ver Ladrões de Cavalo, interessante aventura do belga Micha Wald. O Teatro Amazonas estava quase vazio. O júri e mais meia dúzia de gatos pingados, entre eles eu. O resto da trupe do festival estava curtindo. Ou na piscina do Hotel Tropical, ou pelo rio. O dia está lindo e faz aquele calor que se sabe. O cinema, repito, sofre um pouco com isso.

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Ontem foi a abertura, aí sim com o Teatro Amazonas cheio. O filme, Earth, de Alaistar Fothegill e Mark Lindfield, me pareceu maravilhoso. Ecológico, sem ser chato. Nada chato aliás, mostrando a vida animal em tom de dramaticidade e ação. Muito movimento e aquela história da poesia, da comédia e mesmo da tragédia do struggle for life. Achei bem legal.

Enfim, é um festival ainda informal, com as pessoas convivendo sem muitas mediações de assessorias de imprensa, horários rígidos, etc. Um pouco como foram os grandes festivais de cinema em outras eras. Cabe aproveitar enquanto dura. Se crescer, como é a tendência, tudo deve se tornar mais rígido. Por enquanto é relax. Por exemplo, vou conversar com John Boorman e Jean-Jacques Annaud amanhã. Mas a bordo de um barco que vai nos levar para o encontro das águas. É mais agradável assim, não é?

PS: No post sobre o Kubrick, fiquei (agradavelmente) surpreso com alguns defensores de Barry Lindon. Tinha para mim que era um Kubrick bem menos querido do que os outros. Prometo que vou voltar a São Paulo e rever o filme. Acho que tenho uma cópia em DVD. Se tiver uma outra impressão, não terei problema nenhum em reconhecer. Escrevi o artigo com a memória que guardei do Barry Lindon, que nunca mais revi. Vou rever agora, estimulado por vocês, o que agradeço.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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