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Cinema, cultura & afins

Opinião|Notas sobre alguns filmes (2)

Algumas palavras sobre Green Book - o Guia, Shade, entre Bruxas e Heróis e O Lagosta

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:
 Foto: Estadão

 

Green Book - O Guia, de Peter Farrelly. Já foi definido como um Conduzindo Miss Daisy ao contrário. Aqui vemos um leão de chácara ítalo-americano (Viggo Mortensen) que se torna motorista de um refinado músico de jazz, vivido por Mahershala Ali. O "livro verde" era um guia destinado a negros que se aventurassem a viajar ao sul racista, instruindo-os onde podiam se hospedar, abastecer o carro e comer, sem colocar a pele em risco. O debate maduro sobre o racismo e as boas atuações da dupla fazem a força deste filme, que soa às vezes esquemático embora baseado em fatos reais.

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Shade, entre Bruxas e Heróis, de Rasko Miljkovic. Um raríssimo filme sérvio infanto-juvenil que chega ao circuito brasileiro. Só isso já é razão para dar uma checada. Tem qualidades. Conta a história de um garoto com paralisia cerebral que sofre bullying na escola e acredita poder transformar-se num super-herói, o Shade do título. Junta-se a uma encantadora garota e ambos vão à aventura. A menina acredita que a madrasta seja uma bruxa (de maneira literal), que acabou com sua família ao seduzir o pai por artes mágicas. Como a maioria dos filmes do gênero, Shade também é cheio de boas intenções. Mas não cai na pieguice e pode ser visto por adultos, sem contraindicações. Vale.

O Lagosta. O grego Yorgos Lanthimos é um dos pesos-pesados do Oscar, com dez indicações para A Favorita. Interessante dar uma conferida nesta obra anterior, O Lagosta, disponível na Netflix e no ITunes. Trata de uma curiosa distopia. Num futuro próximo, as pessoas são proibidas de ficar solteiras. Nessas condições, são enviadas para uma espécie de Spa governamental, onde terão 45 dias para encontrar companheiro(a). Caso não consigam, serão transformados em algum animal de sua preferência e soltos na floresta. O veio crítico é o de sempre, numa visão liberal - a intervenção exagerada do governo na vida pessoal dos cidadãos. A premissa no começo parece interessante e gera algumas situações engraçadas. Depois vai girando em falso. Tem um tremendo elenco: Colin Farrell, Rachel Weisz, Léa Seydoux, John C. Reilly e Olivia Colman.

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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