De repente, não mais que de repente, acordei agitado pela agenda cheia - como sempre. Estresse, mil coisas para fazer ao mesmo tempo, quando a natureza humana pede que se faça uma só de cada vez, enfileiradas, bonitinhas, bem-feitas. Como fazia vovó, mamãe, papai, mas nós não somos mais capazes de fazer.
Na pressa, ligo o rádio atrás de alguma notícia enquanto tomo o café da manhã - afinal, é preciso ganhar tempo, informar-se enquanto se engole o óbvio para a sobrevivência básica.
Mas o rádio está ligado na Cultura FM e toca um Noturno de Chopin. Ao piano, meu intérprete favorito, Claudio Arrau. A música reflexiva, o paradoxo do noturno que se ouve pela manhã,a profundidade da interpretação de Arrau - tudo isso me repõe no eixo. Num eixo imaginário e provisório de uma vida humana comum. Com ênfase no "humana".
Bom dia a todos.