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Opinião|Mostra: Lóki e Abu Ghrabi

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Bela noite ontem na Mostra com programa duplo no Cinesesc: Procedimento Operacional Padrão, de Errol Morris, e Lóki, de Paulo Henrique Fontenelle. O primeiro, terrível, sobre o uso de tortura e humilhação contra prisioneiros no Iraque. O segundo, um homenagem ao Mutante Arnaldo Baptista. Que, aliás, estava na platéia e foi aplaudissísmo no final. Tocante mesmo. Arnaldo, depois do fim do seu casamento e parceria com Rita Lee, sofreu um bocado na vida até conseguir se reerguer. O filme tem esse mérito: não adoça nada, nem as crises, nem as viagens de ácido e nem a tentativa de suicídio. Pode não ser um filme inovador, em termos de linguagem cinematográfica, mas consegue perfeitamente informar e emocionar. Já está bom, né? Já Procedimento Operacional tenta trabalhar visualmente de maneira apurada, embora abuse da música. Mas o que se vê, e o que se ouve dos militares que participaram da tortura, é de estarrecer. Mesmo para quem sabe que não existe boniteza em nenhum dos atos do colonialismo. Fica o seguinte: nessa aventura no Iraque os Estados Unidos de Bush saíram chamuscadoem mais de um sentido. No ético, principalmente.

Quem quiser ver as repetições desses filmes, entre no site da Mostra.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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