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Cinema, cultura & afins

Opinião|Mostra de Cinema: algumas dicas

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Atualização:

Assistir às grandes mostras de cinema, como as do Rio e São Paulo, é um pouco como passear em Veneza. Você pode destacar pontos obrigatórios, como a Praça São Marcos ou a Ponte de Rialto, mas bom mesmo é deixar-se perder pelos labirintos e fazer suas próprias descobertas, e lá onde menos se espera encontra-se uma obra-prima.

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Dito isto, quais seriam as atrações 'turísticas' desta edição? Eu começaria por alguns filmes da França, país muito bem representado este ano. Lady Chatterley, de Pascale Ferran, é uma adaptação muito sensível da obra de D.W. Lawrence, um ponto de vista feminino nesta arte um tanto falocêntrica que é o cinema. A Questão Humana, de Nicolas Klotz, causa polêmica ao comparar os métodos das corporações aos do nazismo. Dito assim, pode parecer um pouco simplista, mas é um filmaço, complexo, denso, surpreendente. Há também Não Toque no Machado, adaptação de Balzac de um mestre dos tempos da nouvelle vague, Jacques Rivette.

Dos Estados Unidos, eu destacaria a inovadora cinebiografia de Bob Dylan, I'm not There, que usa vários atores para compor a persona complexa do músico, inclusive uma mulher, Cate Blanchett, que ganhou o prêmio de melhor atriz em Veneza por seu papel. Redacted, de Brian de Palma é, talvez, o filme mais forte sobre a invasão do Iraque. Une o empenho político ao sentido de inovação artística.

Cabe lembrar também do brasileiro Mutum, de Sandra Kogut, sensível em sua leitura de Guimarães Rosa.

(Guia do Estadão, especial da Mostra, 17/10/07)

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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