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Opinião|Meu Malvado Favorito

Um vilão muito trapalhão - seria uma rima (não uma solução) adequada para servir de título a este divertido desenho Meu Malvado Favorito. A história é a de um senhor do mal que vive péssima fase. Endividado, precisa dar um golpe de mestre para recuperar dinheiro e credibilidade. E também para melhorar a imagem aos olhos da mamãe-vilã, que não tem motivos para se orgulhar do filhote malvado.

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Gru é o nome do vilão e, como foi suplantado por um rival mais jovem no furto de uma das pirâmides do Egito, planeja um golpe para calar todos os rivais - nada menos que o furto da Lua. Para isso, ele precisa adotar três crianças, não por caridade, mas apenas para, com a ajuda delas, se apossar de um aparelho de raio redutor. Abusar de criancinha é o cúmulo da vilania. Mas, como verá o espectador, Gru não é um vilão comum.

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Na verdade, não existe muita coisa de original no roteiro desta historieta endereçada às crianças. Mas o visual convence e, na mesmice da trama, se introduzem alguns elementos legais. Por exemplo, quando o nosso vilão dirige-se a um banco para obter financiamento para o golpe e o espectador descobre que o estabelecimento é um daqueles bem conhecidos do público, um dos responsáveis pela crise da economia norte-americana. Uma piscada de olhos crítica ao sistema.

Dirigido por Pierre Coffin e Chris Renaud, Meu Malvado Favorito trabalha bem com a tecnologia 3D. Não abusa do recurso, não faz dele um fim em si mesmo, mas usa a terceira dimensão de maneira adequada, criando uma profundidade de campo visualmente interessante. Pode-se dizer que nas duas dimensões convencionais o efeito da fábula seria o mesmo, mas é claro que, em 3D, existe uma atração a mais. Não é fundamental, mas é uma cereja no bolo.

Sem outras novidades a não ser o 3D, Meu Malvado Favorito é um filme gracinha, com história simples e alguns bons personagens. O vilão atrapalhado, em primeiro lugar, mas também as crianças e os robozinhos que servem ao seu mestre, mas também se metem em confusões. Dá para se divertir.

(Caderno 2, 6/8/10)

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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