Luiz Zanin Oricchio
27 de agosto de 2010 | 16h13
Linda crônica de Carlos Heitor Cony hoje, sexta, na Ilustrada. Ele fala de um passeio que deu ao bairro da sua infância e da sensação que teve ao rever a casa onde nasceu. Sempre deixamos algo de nós onde viemos ao mundo, onde passamos a infância, lá onde as primeiras experiências ficaram impressas em nossa mente.
“Oh memory, oh memory”, suspira Louis Armstrong na minha canção favorita, Stardust. Memória que nos salva, nos oprime. “O insuportável mal cheiro da memória”, dizia Drummond, outro santo em meu altar.
Mas, sobre tudo isso, os versos insuperáveis são os de Bandeira.
Vão demolir esta casa.
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.