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Opinião|Manaus 2009: Frontier Blues

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Outro filme interessante é Frontier Blues, de Babak Jalali. Iraniano, com estética minimalista, quatro histórias entrelaçadas e todas situadas na região de Gorgan. Um filme de silêncios, de sutileza, de insinuações mais do que de declarações explícitas. Dialoga, talvez inconscientemente, com um certo cinema uruguaio, como Whisky ou Gigante. São histórias assim: um homem vive com seu pai e trabalha numa fazenda de criação de frangos; tenta se casar com a moça bonita do povoado. Hassan tem um burro de estimação, com o qual conversa, e vive com seu tio, com o qual não tem assunto. Há um menestrel turcomano, cuja maior história é de como sua esposa foi roubada por um desconhecido pilotando um mercedez verde. As tramas se ligam entre si de maneira bastante sutil e natural. Jalali trabalha com planos seguros e bem desenhados. Dá tempo ao tempo. Tem o rigor da maturidade, embora seja muito jovem (é nascido em 1978). A meu ver é o melhor filme do festival, pelo menos até aqui.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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