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Opinião|Mammal, do Sundance para Gramado

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

 

Assisti agora à tarde a Mammal, de Rebecca Daly, na presença da atriz Rachel Griffiths. O filme faz parte da parceria de Gramado com o Sundance Channel, que apresenta o melhor da produção independente dos Estados Unidos, com o selo Sundance, o festival fundado por Robert Redford e que acontece em Park City.

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É um bom e sólido filme, bastante lacunar em sua linha narrativa. Rachel vive Melanie, que fica sabendo do desaparecimento do filho, criado desde pequeno pelo pai. Como uma espécie de compensação pelo sumiço do filho, ela "adota" Joe, menino de rua que encontra ferido depois de uma briga.

O filme apoia-se num realismo duro, que contempla tanto a tensão erótica quanto a aspereza da vida. Melanie cuida de Joe, mas vê nele o filho e talvez algo mais do que o filho. A relação de Joe com Melanie pode ser de uso, mas também alguma coisa se insinua por ai. Enfim, afetos que saem fora dos eixos e transbordam limites da racionalidade e da solidariedade. Paixão de mamíferos, como diz o título. Apesar de algumas metáforas um tanto óbvias - a ninhada de gatinhos, a água que evoca o líquido amniótico do útero materno etc - o filme se sustenta. Gostei.

Na cooperação com o Sundance Channel, Gramado apresentará mais um título, The Fits, de Anna Rose Holmer.

 

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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