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Opinião|Luiz Chaves

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Fiquei chateado com a notícia da morte do contrabaixista Luiz Chaves, que compunha o Zimbo Trio em companhia de Amilton Godoy, no piano, e Rubinho Barsotti, na bateria. Chaves tinha 76 anos e havia deixado o conjunto por razão de saúde anos atrás. Era um tremendo músico. O Zimbo, na memória de todos nós, forma uma figura indissolúvel com Elis Regina e o programa O Fino da Bossa. Mas também é impossível esquecer os shows que fizeram no Teatro João Caetano com Elizeth Cardoso e o conjunto Época de Ouro, com Jacob do Bandolim. Que música, meu Deus! Sem fazer qualquer esforço, me vem à memória musical a interpretação do Zimbo e Jacob para Chega de Saudade.

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Naquele tempo, em que esse tipo de conjunto estava na moda por influência dos trios de jazz americanos, o Zimbo era o mais equilibrado de todos. Às vezes o Tamba, com Luizinho Eça, podia ser mais ousado e inventivo. Mas o Zimbo tinha uma permanência, uma constância que o faziam único. E a âncora do conjunto era Luiz Chaves e seu baixo.

Eu o conheci quando, anos mais tarde, estudei por uns tempos na escola que abriram, o Clam, que ficava então (não sei se ainda hoje é lá) na rua Araguari, acho que no bairro de Vila Nova Conceição. De vez em quando o Luiz Chaves vinha dar uma supervisionada nas aulas, ia para o quadro negro e mostrava seu imenso conhecimento em música. Com extrema simplicidade. Um amigo pianista dizia que era ele (e não Amilton Godoy, como se supunha), o cérebro e a alma do Zimbo. Pelo que vi de Luiz Chaves, acho que concordo.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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