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Opinião|Livro sobre Matraga, poeira e estrelas

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Atualização:

Caminhos de Poeira e Estrelas, de Tony de Sousa, será lançado hoje (dia 16/6) entre as 19h e 21h30 na Livraria da Vila - Lorena (Avenida Lorena, 1731, fone: 3062-1063). O subtítulo da obra diz tudo: O processo de criação de Roberto Santos em A Hora e a Vez de Augusto Matraga.Em sua primeira parte, Tony faz uma análise da adaptação. Na segunda, transcreve o roteiro, tirado da obra de Guimarães Rosa.

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Ainda não li o livro, só o recebi ontem. Mas sei alguma coisa da versão cinematográfica de Roberto Santos para esse maravilhoso texto de Guimarães Rosa, que está em Sagarana. Na minha opinião, é um dos grandes filmes brasileiros de todos os tempos, com Léo Vilar no papel de Matraga, música de Geraldo Vandré e câmera de Hélio Silva. Tudo gente de primeira, e coordenada por Roberto Santos em sua direção mais feliz.

Funcionou como uma espécie de redenção de Guimarães Rosa no cinema, ele que havia ficado traumatizado com a adaptação de Grande Sertão: Veredas pelos irmãos Santos Pereira. Consta que, ao ver a versão de Roberto Santos para Matraga, Rosa teria dito: "Finalmente, estamos vingados".

O livro tem esse título por causa de uma pequena história. Roberto Santos procurava locações para o filme e aconselhou-se com Guimarães Rosa. Este lhe disse: "Tem que descobrir o mistério do sertão. Faça o filme onde tiver poeira e estrelas". E deu uma última recomendação: jamais filmar onde houvesse charrete.

Santos acabou filmando na região de Diamantina, no Vale do Jequetinhonha.

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Sem charrete. Com poeira e estrelas.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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