Ontem, na abertura, passou o novo filme de Bruno Barreto, Flores Raras, que na verdade eu já havia visto em Florianópolis, em março. Bruno diz que mexeu na montagem e tirou 5 minutos. A história, se não sabe, é do relacionamento entre a arquiteta brasileira Lota Macedo Soares e a poeta americana Elizabeth Bishop. Lota é vivida por Gloria Pires, que esteve ontem na serra par a receber seu Troféu Oscarito pela carreira. É uma bela atriz e está bem no filme, no papel da decidida Lota. Que faz Bishop é a australiana Miranda Otto, que trabalhou em O Senhor dos Anéis.
O filme todo é cool, contido, sensível. Não acho arrebatador, mas digno. Tem porém, algumas inconsistências. Uma delas apontei no debate a Bruno, sobre a abrupta curva dramática de Lota, uma fortaleza de pessoa que desmonta de uma hora para outra. Super honesto, Bruno admitiu que poderia ser mesmo um problema do filme e que outros, Arnaldo Jabor entre eles, haviam feito observação semelhante. Não é muito comum encontrar tamanha permeabilidade à crítica em diretor brasileiro. Aliás, em diretor de qualquer nacionalidade. É preciso ser muito seguro de si para admitir que talvez tenha errado e que nem por isso esse erro compromete a obra. O filme estreia na sexta-feira que vem e poderei analisá-lo de mais perto então.
Venho agora de uma maratona da Mostra Gaúcha, com nove curtas. Amanhã serão mais nove. E haverá ainda quatro longas gaúchos, que começam a ser apresentados semana que vem. Um deles me interessa em particular, sobre um dos meus escritores favoritos, Dyonélio Machado, autor de Os Ratos e O Louco de Cati.
Daqui a pouco saio para o Palácios dos Festivais para a primeira noite de competicao para valer (Flores Raras é hors concours). Os longasPuerta de Hierro (Argentina) e Éden, de Bruno Safadi, pelo Brasil. Mais dois curtas e a homenagem ao ator Wagner Moura. Noite comprida. Começa às 19h, deve terminar depois de meia-noite. Vamos a ela. Sigo comentando.