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Opinião|Gramado 2018: Com a morte de Otávio Frias Filho, filme 'O Banquete' é retirado da competição

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

 

GRAMADO/RS

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Foi com surpresa que todos receberam a notícia de que o longa-metragem O Banquete, dirigido por Daniela Thomas não mais competiria no Festival de Gramado. O longa seria exibido amanhã (quarta-feira) à noite e foi retirado como consequência da morte de Otávio Frias Filho, publisher da Folha de S. Paulo, anunciada esta manhã. Frias tinha 61 anos e sofria de um tumor no pâncreas, detectado ano passado. 

Em nota, a diretora explica os motivos da retirada do filme: "Sinto muito pela perda de Otávio e me solidarizo com a família, com seus amigos e funcionários. Foi um grande publisher, um intelectual admirável e tinha muito ainda a contribuir com o País", afirma Daniela. "O momento é inoportuno para o encontro de ficção e realidade e as possíveis interpretações equivocadas que a ficção pode suscitar. Por isso retiro o filme do festival", completa.

O roteiro de O Banquete inspira-se em eventos recentes da história do País. Entre eles, uma carta aberta como a publicada por Otávio Frias Filho, nos anos 90, dirigida ao então presidente do Brasil.

O enredo fala de um reunião de gente rica, com jogos de poder e sedução. Entre os convivas, o diretor de uma revista poderosa, ameaçado de prisão por ter publicado uma carta contra o presidente da República.

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O respeito ao luto da família será motivo para tirar o filme do festival? Por quê? É a pergunta que todos se fazem e só Daniela poderia responder.

No lugar do filme de Daniela Thomas, será exibido, fora de concurso, o novo trabalho de Oswaldo Montenegro, A Chave do Vale Encantado.

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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