Luiz Zanin Oricchio
13 de novembro de 2006 | 15h43
Li neste fim de semana Ela e Outras Mulheres, o novo livro de contos de Rubem Fonseca. Tirando a sua misoginia (mulheres, em seus contos, ou estão sendo estupradas ou são bandidas), fica a impressão de um cansaço de estilo. Você encontra lá uma certa estrutura do conjunto e, também às vezes, um fraseado interessante. Nada que o próprio Fonseca já não tenha feito antes – e melhor. Mas, enfim, tornou-se um grão-senhor das letras brasileiras e assim conserva-se imune a críticas. A recusa às entrevistas contribui também para o mito. Faz parte. Na sociedade do espetáculo, recusar-se a ele não deixa de ser também espetacular. Literariamente não convence – e é isso o que importa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.