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Opinião|É Tudo Verdade 2018. Violência policial à brasileira

Em 'Auto de Resistência', atração de hoje do É Tudo Verdade, mostra-se como artifício jurídico serve para maquiar números dos crimes policiais no Rio de Janeiro

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:
 Foto: Estadão

Pretendo fazer aqui um dia a dia rápido do É Tudo Verdade de 2018. Serão notas ligeiras sobre o(s) filme(s) que vi da programação diária, sem grande aprofundamento crítico. Notas ditadas pela pressa da cobertura de um festival, com mais valor indicativo que analítico.

Dito isso, hoje recomendo - vivamente - Auto de Resistência, de Natasha Neri e Lula Carvalho.

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Triste coincidência, hoje faz um mês do assassinato de Marielle Franco, sem que os culpados sejam conhecidos.

Marielle é vista numa cena rápida deste filme, ao lado de manifestantes contra a impunidade da polícia no Rio de Janeiro

O título - Auto de Resistência - refere-se à forma jurídica atrás da qual se escondem crimes policiais: alega-se que atiraram em legítima defesa e portanto não podem ser condenados.

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O filme entrevista famílias de vítimas, segue trechos de julgamento e usa vídeos extremamente comprometedores para a polícia. Num deles, um policial coloca um revólver na mão de um rapaz já morto e dispara - para simular que este havia resistido à prisão.

Visualmente muito forte e impactante, o doc é daqueles que, sem fazer sociologia, mostram de forma clara quais são os alvos preferenciais da força policial brasileira: os pobres e os pretos.

É cinema do real com muita adrenalina. E verdade.

Hoje (sexta-feira, 13/4), às 19h e 21h15 no Instituto Moreira Salles, Avenida Paulista, 2424)

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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