Será bem aproveitada? O começo não foi mal. Pelo menos vimos um bom primeiro tempo contra a Dinamarca, com três gols, e depois, o relaxamento "natural" no segundo tempo, quando o jogo ficou muito tedioso e a Dinamarca marcou o seu, ainda que impedido. Agora temos pela frente os Estados Unidos, o México e a Argentina. São bons desafios e poderão dar alguma ideia do que poderá fazer a seleção na Olimpíada.
Talvez possa trazer a medalha de ouro, a nova "obsessão" nacional. E por que coloquei obsessão entre aspas? Porque não acredito nela. Acho que é algo que estão tentando nos vender. Eu, pelo menos, e todas (mas todas mesmo) pessoas que me cercam, não estão nem um pouco obcecadas com a medalha olímpica. Se vier, legal. Se for impossível, não é isso que vai mudar o preço do dólar.
Obsessão mesmo, se o termo cabe, é com a Copa do Mundo. Vai ser muito triste se o Brasil realizar a sua segunda copa e não ganhar de novo, como aconteceu em 1950, na famosa catástrofe do Maracanã diante do Uruguai. E quem pode dizer, hoje, que o Brasil é favorito para 2014? Não é. Em termos técnicos, está atrás de, pelo menos, três seleções - Espanha, Alemanha e Holanda. Talvez atrás, até mesmo, do Uruguai, que fez uma bela figura na última copa, enquanto nós tivemos desempenho pífio. E que dizer da Argentina, sempre difícil? E se Messi resolve jogar a mesma coisa que joga pelo Barcelona, o que será de nós?
Enfim, visto de hoje, o nosso destino na próxima copa é mais do que incerto. Daí a importância da Olimpíada. Não tanto trazer o famoso ouro, mas ver até que ponto os nossos jovens podem ir. Porque, com alguns reforços que receberá dos mais velhos, o time olímpico será mesmo a base para 2014. Ou alguém vislumbra outros nomes que não os de Neymar, Pato, PH Ganso, Leandro Damião, Lucas & Cia?
Outro desafio será devolver à seleção o interesse que o torcedor lhe devotava em outras eras. Essa paixão tornou-se exclusiva dos clubes. O torcedor morre por seu clube de coração. Não vejo o mesmo amor pela seleção. Lembro da época em que a seleção era o máximo para todos nós. Não conseguíamos dormir em véspera de jogos de Copa do Mundo, tamanha a tensão. Era uma loucura, uma grande história de amor entre o torcedor e a seleção que, infelizmente, arrefeceu. Nem poderia ser de outra maneira. Depois de décadas vendo seleções que não tinham sequer um jogador do Brasil convocado, depois de vê-la excursionar por todos os países, menos em sua própria terra, era previsível que a baixasse e se tornasse apenas uma vaga simpatia. Conseguiremos reverter essa relação morna durante a Copa e fazê-la entrar de novo em ponto de ebulição? Talvez, mas não tenho certeza.