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Opinião|Dias de glória: a França e os árabes

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Atualização:

Assisti agora de manhã um filme muito legal, Dias de Glória, do francês Rachid Bouchareb. O filme, título original Indigènes, foi ganhador do prêmio de melhor ator no festival de Cannes 2006, numa premiação coletiva dada aos cinco protagonistas (Jamel Debbouze, Samy Naceri, Roschdy Zem, Sami Bouajila e Bernard Blancan). Foi também pré-selecionado para representar a França no Oscar e teve público de 3 milhões de pessoas em seu país.

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Bouchareb relembra a presença dos 130 mil soldados das colônicas africanas na Segunda Guerra Mundial. O centro da coisa é o tratamento diferente dado aos soldados - em primeiro lugar, no topo da hierarquia, os franceses, depois os "pied noirs", ou seja, os franceses da Argélia e de outros países do Magreb; terceiro os "indigènes", os naturais desses países, sem ascendência francesa, e literalmente tratados como buchas de canhão.

Todos, no contexto da guerra, são convocados para libertar a "mãe-pátria", a França ocupada pelos nazistas. Mas será que a França é mesmo uma mãe para todos esses soldados, sem distinção de cor e origem? É bem o que o filme discute e, pelo grande sucesso na França, ficamos sabendo que esse é um problema sensível. E é claro que é, pois a questão da integração dos filhos de famílias árabes está ainda em aberto. O filme entra em cartaz na sexta.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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