Há quem coloque também no páreo o drama gay - e fashion - A Single Man, do estilista Tom Ford, agora convertido em cineasta. Foi consagrado por jornalistas que, talvez por um processo de identificação, juraram ao diretor que ele, mais do que ninguém, merecia o Leão de Ouro. É preciso lembrar que o júri é presidido por Ang Lee, que em 2005 ganhou o dito cujo Leão com O Segredo de Brokeback Mountain, o drama amoroso dos caubóis gays. Será?
Em todo caso, um tema é apenas um tema. O fundamental ele é afrontado em linguagem cinematográfica para se transformar em filme. E este é, no meu modo de ver, dos mais rotineiros, além de estiloso além da conta. Mas enfim, quem gosta da elegância classe A,higiênica e esterilizada, encontrou seu filme. Até o revólver do candidato a suicida parece de grife. Será que as pessoas não viram nada disso, essa visão artificial e sufocante, essa alienação fashion que recobre o mundo e o anula? Ando cada vez mais surpreso com o gosto das pessoas e insondável me parece o caminho da humanidade neste século 21. Se esse comentário parecer muito filosófico, mesmo que seja filosofia de botequim, vocês me perdoem. Há de ser o cansaço.
Vamos ver que bicho dá, hoje, a partir das 19h (horário daqui).