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Opinião|Diário de Veneza 2014 -- A Vida Obscena

 

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

VENEZA - Andrea (Clément Metayer) é um jovem poeta e skatista. Vive com a mãe, a ex-hippie vivida por Isabella Ferrari e o pai. Fica órfão mais ou menos de repente e entra numa trip autodestrutiva. O filme, de Renato de Maria, é baseado no livro homônimo, no qual Aldo Nove conta sua história de vida.

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Tem um certo encanto, que desaparece pouco a pouco sob o estilo artificial e pesado de De Maria. As representações oníricas do jovem, sob efeito de drogas, acaba cansando e, pela repetição, perde seu efeito inicial. Como acontece com as drogas, quem usa esse tipo de recurso acaba dependente de doses cada vez mais pesadas - e progressivamente inócuas.

Na seção oficial, a sala Darsena, este ano remodelada, tinha lotação completa. 1400 lugares. O elenco estava lá, com equipe técnica e produtores, inclusive Riccardo Scarmaccio que recentemente esteve em São Paulo. Mesmo assim os aplausos foram fracos. Achei protocolares e mais uma gentileza dos italianos com a equipe presente em sala do que reflexo de entusiasmo real.

Numa entrevista dada ao jornal Gazzettino di Venezia, o diretor da Mostra, Alberto Barbera disse que aconteceu algo paradoxal com a produção italiana deste ano. Dobrou em quantidade e diminuiu em qualidade. Mesmo assim, segundo ele, os três títulos da mostra principal surpreenderão. La Vita Oscena está na paralela Horizontes. Serviu para ilustrar o que Barbera andou sugerindo. Não que seja indigno. Mas é, no mínimo, pouco estimulante.

 

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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