Luiz Zanin Oricchio
01 de setembro de 2011 | 19h39
Filme de cinema, até agora, mesmo, só Un Été Brulant, de Philippe Garrel. Quero dizer, filme para ver na tela, com enquadramento, fotografia, conhecimento da arte cinematográfica enfim. Mise en scène, em uma palavra. Tem problemas? Tem. Mas está quilômetros adiante dos outros, ainda mais depois de ver o interminável Guerreiros do Arco Íris, da China, de uma banalidade proporcional aos seus 150′ de duração. E da grotesquerie que é W.E., de Madonna. Filme de celebridade, enfim. Garrel, não. É cinema-cinema, artigo cada vez mais raro. No entanto, um grupo de boçais passou a rir do filme depois que um dos personagens diz que a Itália adormeceu depois da Renascença. E vaiou no final. Não é apenas a qualidade dos filmes que despenca. É, sobretudo, a qualidade dos espectadores que vai abaixo da crítica. Obs: a sessão em que isso aconteceu era reservada a profissionais de imprensa e da indústria cinematográfica.
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