São três histórias de perdas e separações, entre mães e filhos, mas o tema, ou melhor, o enredo, aqui é o que menos importa e sim a maneira alusiva e porosa de contá-lo. O Que se Move é uma obra de sensações, de sutilezas, de palavras não ditas. Ou de palavras fundamentais que se escondem nas entrelinhas de outras palavras. Exige do espectador uma imersão dedicada e uma sensibilidade antenada muito mais naquilo que está implícito do que na superfície do filme. Nesse sentido, foi um erro passá-lo no último horário de uma sessão massacrante, com um longa latino antes, dois curtas e várias homenagens e discursos cansativos. É como obrigar o público a disputar os 400 m com barreiras depois de correr uma maratona. Não dá. É filme a ser observado, e fruído depois, em condições mais humanas.