Luiz Zanin Oricchio
14 de agosto de 2010 | 09h14
O último filme da competição latina foi o nicaraguense La Yuma, da diretora Florence Jaugey, que, aprendo, é uma francesa radicada na Nicarágua. Aprendo mais: que este é o primeiro longa-metragem realizado no país em mais de 20 anos, o que explica muita coisa, inclusive a maneira um tanto ingênua como é realizado e interpretado.
Não falta, porém, algum frescor a essa história de uma “menina de ouro” da periferia nicaraguense. Assim como a protagonista do belo filme de Clint Eastwood, também a nossa Yuma quer se transformar em lutadora de boxe. Além das adversárias no ringue, enfrenta uma família cheia de problemas (padrasto alcoólatra e molestador da enteada), os marginais do bairro que, afinal, foram seus amigos de infância e a incompreensão social para com uma boxeadora.
Diferentemente da tragédia contada por Eastwood, a história nicaraguense se encaminha para outro desfecho, muito mais palatável, o que a torna circense – e no bom sentido do termo.
Acabei gostando, como se gosta dos objetos e das pessoas muito simples, ingênuas e que, por isso mesmo, mostram-se capazes de acrescentar alguma coisa às nossas retinas já tão fatigadas, etc.
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