Os debates têm fluído normalmente aqui no festival. A exceção foi o de ontem, sobre o filme Dores & Amores, de Ricardo Pinto e Silva. O diretor revoltou-se contra o tom que considerou "inquisitorial" dos jornalistas e o bate-boca redundou num animado Fla-Flu entre críticos, o pessoal da mesa (diretor e atores) e algumas poucas pessoas da plateia que juraram ter curtido o filme. Depois revelou-se que eram amigos ou faziam parte da família do diretor, mas isso pouco importa. O que interessa, a meu ver, é a dificuldade, sempre renovada, de aceitarmos o debate crítico sem por isso nos encaminharmos para uma espécie de pugilato intelectual. Da polêmica pode nascer a luz. Ou apenas calor, dependendo do ânimo dos oponentes. Todo mundo gosta de ser elogiado. Mas as obras (filmes, livros, etc) que se tornam públicas estão sujeitas à crítica. É só isso.