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Cinema, cultura & afins

Opinião|Daqui a pouco, o Oscar

Dou uma descansada para ver se aguento a maratona, pois a transmissão começa às 22h e ameaça entrar pela madrugada. Será que aguento? Tenho de aguentar, por motivos óbvios. A profissão exige. Senão, iria bem feliz com um livro para a cama e depois aos braços de Morfeu.

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Acho a festa um porre. Tremenda chatice e mau gosto. Piadas óbvias e falta de síntese total. Sentimentalismo misturado a lugares comuns. Nunca, antes de me tornar jornalista profissional especializado em cinema, perdi meu tempo com a premiação do Oscar. Quando me aposentar, tchau, tchau. Nunca mais. Ou será que velhinho, meio gagá, vou sentir saudades dessas noites mal dormidas esperando pela revelação dos ungidos?

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Nunca liguei para o Oscar. É apenas uma premiação da indústria. O que não quer dizer que belos filmes não ganhem de vez em quando. Para lembrar de alguns das décadas mais recentes : os Chefões 1 e 2, Os Imperdoáveis, O Silêncio dos Inocentes, Dança com Lobos, Onde os Fracos Não têm vez, etc. A lista não seria muito maior do que esta. E vamos lembrar que coisas como Titanic e O Senhor dos Anéis e outros já ganharam como melhores filmes. Mas, de vez em quando, repito, a Academia dá uma dentro. Como a dizer que tem alguma seriedade e deve ser respeitada. Mas, se você for pensar, são antes exceções do que a regra. E, pior, se for pensar nos filmes que NÃO ganharam o Oscar, a coisa então fica feia. A começar por Cidadão Kane.

Enfim, este ano não deve haver grandes novidades e vamos ficar na manjada disputa do ex-casal, quer dizer Avatar x Guerra ao Terror. O grande x o miúra. E por aí afora. Já tanta tinta correu sobre isso, que não vejo mais como explorar o assunto. Nenhum deles é exatamente highbrow, para dizer o mínimo. E, quer saber, somando os dois, eu ficaria mais é com Up- Altas Aventuras, que me tocou muito mais. Seria legal ter uma animação como melhor filme, por que não?

Agora, surpresa, surpresa mesmo seria ter Um Homem Simples, dos Coen, como vencedor. Acho o filme tão bom, mas tão bom mesmo que nem deveria concorrer. Seria hors concours, porque está em outro patamar. Não soma na mesma coluna dos demais. Mas, pelo grau de antipatia que já angariou por aí, seria interessante examinar essa questão: o que será que têm os Coen, que tanta ira despertam em  algumas pessoas que, de certa maneira, poderíamos chamar de inteligentes?

Eis aí um mistério que não consigo solucionar.

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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