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Opinião|Começa o 2º Festival de Cinema Russo, com boas atrações

 

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
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 Foto: Estadão

 

 

Começou hoje a segunda edição do Festival de Cinema Russo no Brasil, trazendo filmes de um país raramente atendido pelo circuito comercial. Este ano são oito longas-metragens de produção recente, em sessões transmitidas pela Supo Mungam Plus, com parceria da Spcine Play pelo link www.spcineplay.com.br.

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Para acessar a plataforma do festival, basta acessar os sites da Spcine: www.spcineplay.com.br e www.spcine.com.br. Basta  fazer um breve cadastro e acessar os filmes diretamente, de forma gratuita.

Assisti a todos, menos a animação Kid-E-Cats. 

Alguns me chamaram mais a atenção do que outros. Meu preferido é o drama histórico A História de uma Nomeação, episódio que envolve a figura mitológica do escritor Liev Tolstói. Trata-se da história de um jovem soldado condenado à morte por ter esbofeteado um oficial. O próprio Tolstói assume a sua defesa. Interessante, bem interpretado e comovente. Não tem ranço de filme histórico.  

Luta e Na Ponta investem no filão do filme esportivo que, pelo jeito, faz sucesso na terra de Putin. O primeiro é documental e conta a saga de um time de futebol de deficientes visuais. O segundo é ficcional mas encena um fato real, a conquista da esgrima feminina na Olimpíada de 2014, realizada no Brasil. O primeiro é um doc puro, sem muita invenção. O segundo usa um pouco de fantasia, efeitos especiais em lutas às vezes improváveis. Mas conta sua história direitinho. E ninguém fica indiferente à rivalidade entre duas esgrimistas da equipe russa, duas beldades, uma jovem, outra madura, uma começando carreira, a outra disputando sua última Olimpíada. 

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Dra Lisa evoca a figura de uma médica idealista que faz qualquer coisa para atender bem seus clientes. Inclusive envolvendo-se em atos delituosos quando se trata de arranjar medicamentos tarja preta para necessitados. É baseado numa história real. 

Masha é a história de uma cantora que revive sua infância difícil, passada nos turbulentos anos 1990. Após a dissolução da União Soviética, o país entrou no caos do governo Ieltsin, com suas máfias e privatizações suspeitas. A criança cresce nesse ambiente, violento e cheio de ambiguidade. A história é contada em flashback e de maneira competente. 

Sheena 667 é a história de um casal que mora numa cidade pequena e vive seu cotidiano entediante. Tudo muda de figura quando o marido começa a frequentar um site de garotas de programa e se apaixona por uma jovem norte-americana. Tem sacadas originais a respeito da nossa alienação digital, inclusive no campo da sexualidade. 

A comédia Parentes me pareceu o mais fraco entre os que vi. Conta a história de pai que desloca sua família inteira para realizar o sonho de se apresentar num festival de canção popular, acompanhando-se ao violão. No trajeto, muita coisa acontece, inclusive revelações da vida familiar. Mas não achei que tenha lá muita química, além de ser excessivamente gritado e sem graça. Enfim, confiram, pode ser que gostem. 

O Festival de Cinema Russo é um projeto organizado pela ROSKINO, órgão estatal de difusão da cinematografia do país no exterior, com o apoio do Ministério da Cultura da Federação Russa.

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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