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Cinema, cultura & afins

Opinião|Citronela Doc em Ilhabela

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Estou em Ilhabela para o primeiro festival Citronela Doc, de documentários. É presencial, mas também online e grátis, com 20 filmes documentais. O Citronela DOC - Festival de Documentários de Ilhabela acontece de 10 de setembro até domingo, dia 12. Sessões diárias às 15h00, 16h30, 18h00, 19h30, 20h30 e 22h00. Serão apresentados presencialmente (no Esporte Clube Ilhabela e em sala secundária) e debatidos vinte filmes. Com acesso também on-line (plataforma Todesplay - http://www.todesplay.com.br), neste caso, por prazo mais largo: de 10 a 16 de setembro. Toda programação pode ser acessada no endereço: http://www.citroneladoc.com.br. É uma promoção da Salga Filmes, com apoio da Lei Aldir Blanc e da Prefeitura Municipal de Ilhabela. 

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Alguns destaques prévios: A Jangada de Welles, de Firmino Holanda e Petrus Cariry, Ponte de Bambu, de Marcelo Machado, e GIG -a Uberização do Trabalho, de Carlos Juliano Barros, Maurício Monteiro Filho e Caue Angeli. 

Já vi esses dois primeiros. Jangada de Welles mostra, de modo criativo, a passagem de Orson Welles por Fortaleza, em 1942, durante as filmagens de It 's All True, seu filme inconcluso e problemático. No episódio, a saga dos jangadeiros, que saíram do Mucuripe e navegaram até o Rio de Janeiro, liderados pelo mítico Jacaré, para reivindicar ao presidente Getúlio Vargas direitos trabalhistas aos homens do mar. 

Ponte de Bambu recria a vida de uma família brasileira com longa passagem pela China. Os costumes, a barreira de línguas e a admiração por uma cultura milenar estão entre os pontos altos desse doc bastante esclarecedor. 

GIG - a Uberização do Trabalho ainda não vi. Estou muito curioso pois toca num tema dos mais importantes da vida contemporânea, as transformações no mundo do trabalho e o serviço por meio de aplicativos, sem direitos, mal remunerado, mas que tem sido refúgio de muita gente em período de crise. A ilusão de ser patrão de si mesmo esconde uma dura realidade e que pode transformar (e já está transformando) todo um perfil das classes trabalhadoras, em sua relação com sindicatos e com o poder. Quem não entender as mudanças na estrutura das relações trabalhistas não terá entendido nada da nossa contemporaneidade. 

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Vou acompanhar os filmes e debates por aqui e escrever sobre o que me chamar mais atenção. O festival é enxuto, acontece apenas neste final de semana em sua versão presencial. Mas é, desde já, uma bela iniciativa, a ser incentivada. Só espero que venha o sol e possamos curtir melhor as belezas da ilha, que não tem seu nome em vão. É deslumbrante.  

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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