Fuentes era um tipo que pensei chegaria aos cem anos. Via-o sempre vigoroso, cheio de alegria nas entrevistas. Morreu hoje, com 83 anos. Podia ter escrito uns livrinhos a mais. Admirava-o muito.
Não sei bem qual dos seus livros mais me impressionou. Talvez A Morte de Artemio Cruz, com a rememoração do moribundo em um hospital, ou Gringo Velho. Ou talvez mesmo Espelho Enterrado, esse ensaístico, uma panorâmica inspiradíssima da arte hispano americana.
O estilo era único, de sabor incomparável. E, como se sabe, o estilo é o homem.
Fuentes era o maior intelectual mexicano desde Octávio Paz.