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Opinião|Baixio das Bestas

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Amigos e amigas, eu não sabia ontem como iria terminar a sessão no Cine Brasília de Baixio das Bestas, novo longa de Cláudio Assis, diretor de Amarelo Manga. O filme é tão violento, mas ao mesmo tempo tão sedutor, que tudo poderia acontecer. E aconteceu a perplexidade. O público não sabia como reagir, se com aplausos ou vaias. Prevaleceram os aplausos, mesmo assim tímidos. Mas é a reação correta a um filme sem nenhuma redenção, sem momentos de catarse, duro e sem qualquer concessão.

De que trata? De uma localidade decadente na Zona da Mata, em Pernambuco, onde uma garota menor de idade é explorada sexualmente pelo próprio avô, prostitutas (Hermila Guedes, Dira Paes e Marcélia Cartaxo) são brutalizadas por agro-boys metidos a crápulas (Matheus Nachtergaele e Caio Blat). Tudo respira decadência e o filme foi visto como misógino por alguns e denúncia de mal-tratos contra mulheres por outros. Fico com os segundos, porque a obra é violenta mas não cínica. Mas que é filme de difícil digestão, lá isso é. Aliás, o próprio Brasil profundo, em si, é de difícil digestão.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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