PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Cinema, cultura & afins

Opinião|Amor a Toda Prova

É uma daquelas historinhas pretensamente liberais para modernizar o velho gênero da comédia romântica. Um casal se separa: durante um jantar, Emily (Julianne Moore) revela ao marido, Cal (Steve Carell) que deseja romper o matrimônio e declara, à guisa de justificativa, que anda transando com um colega de trabalho (Kevin Bacon).

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

O maridão fica confuso, e nem percebe que Jessica, a ninfeta que trabalha de babá para seus filhos, morre por ele. Cai na vida noturna e nela conhece o dom Juan profissional Jacob (Ryan Gosling) que fica chocado ao saber que Cal só teve uma mulher na vida e resolve dar-lhe aulas. Para Jacob, já se vê, a mulher, como gênero, é um objeto. Cal é um romântico tolo, que acabou de ser abandonado e precisa aproveitar a vida.

Nada muito original, já se vê. Nem mesmo quando uma surpresa é preparada para a segunda parte da história e traz uma reviravolta. Nem tão radical assim, já que a comédia romântica atual vive da tentativa de se renovar, mas não ousa ir muito além de um moralismo pífio, adornado por supostas transgressões. A regra, mais ou menos explícita, diz que os desvios são tolerados, desde que, no final da história, tudo volte à normalidade. É uma espécie de código auto-imposto, como se os filmes fossem destinados a plateias conservadoras, mas apreciadoras de um verniz moderninho.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.