É o caso deste provocador A Filha da Minha Mulher, de Bertrand Blier, lançado pela Lume. Uma surpreendente Lolita à francesa, mais radical ainda que a de Nabokov/Kubrick.
A história é a de um padrasto que fica a sós com a enteada de 14 anos depois da morte da mãe da garota.(O nome francês, claro, é Le Beau Père). O pai biológico da moça é um estroina, alcoólatra, dono de um clube noturno. Ele tenta guardar a filha após a morte da ex-mulher, mas a garota prefere o padrasto, por razões que se imaginam.
O padrasto é um pianista que, a princípio, procura evitar a situação.
Me pergunto se, hoje em dia, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, um filme como esse poderia ser exibido no circuito comercial.