Luiz Zanin Oricchio
28 de novembro de 2012 | 11h32
Vou vendo uns DVDs e colocando umas notas críticas para vocês. É o jeito.
Do provocador Bertrand Blier, uma surpreendente Lolita à francesa, mais radical que a de Nabokov/Kubrick.
A história é a de um padrasto que fica a sós com a enteada de 14 anos depois da morte da mãe da garota. (O nome francês, claro, é Le Beau Père). O Padrasto. O pai biológico da moça é um estroina, alcoólatra, dono de um clube noturno. Ele tenta ficar com a filha após a morte da ex-mulher, mas a garota prefere o padrasto, por razões que se imaginam.
O padrasto é um pianista que, a princípio, procura evitar a situação. O interessante é o relacionamento do pai com o padrasto. O pai mais ou menos intui o que está acontecendo.
Me pergunto se, hoje em dia, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, um filme como esse poderia ser exibido no circuito comercial, por mais que seja sutil, não tenha cenas apelativas, etc. Blier estava adiante do seu tempo.
DVD Lume
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