PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Cinema, cultura & afins

Opinião|A felicidade possível *

Primeira coluna de 2013. E o que este ano novinho em folha nos reserva em termos de futebol? Falemos dos times.

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Seria chover no molhado (chuva benigna, criadeira, chuva de refresco e não de inundação) dizer que o Corinthians já põe o pé em 2013 nas melhores condições possíveis.

PUBLICIDADE

Depois do ano milagroso de 2012, mostra que não está a fim de dormir sobre glórias passadas, ainda que de passado recente. Quer mais, para o presente e para o futuro. Espera o estádio novo e entendo que é um dos favoritos à Libertadores de 2013. Pato, se vier, será um bônus, um plus, a cereja num bolo já bem recheado.

Outro que entra em 2013 cercado das melhores expectativas é o São Paulo. Ney Franco montou um time coerente e de jogo fluído. Se perdeu Lucas, o Tricolor tem em Ganso a grande esperança para a meia. Caso PH volte a mostrar o futebol que o consagrou em 2010 no Santos, o São Paulo ficará mais forte e a seleção agradecerá.

O Palmeiras é uma incógnita. Tem mostrado muita dificuldade em renovar o elenco. Precisa reforçá-lo para a missão esquizofrênica que tem pela frente: lutar na elite pela Libertadores e encarar a Série B com a obrigação de subir de imediato. Não pode sofrer o vexame de comemorar o centenário, em 2014, na Segunda Divisão. Até agora não mostrou que vai começar o ano com o pé no lugar certo. Precisa acertar passo com sua grandeza.

Outra dúvida é o Santos. Viveu um 2012 esquisito. Começou muito bem o ano do seu centenário com o tri paulista, a Recopa e uma bela comemoração. A meta era vencer de novo a Libertadores e reapresentar-se no Mundial de Clubes para apagar o vexame de 2011 com o Barcelona. Sabemos no que deu. Desclassificado pelo Corinthians, vegetou no segundo semestre, com presença medíocre no Campeonato Brasileiro. Vai viver só de Neymar? Tem mostrado dificuldades para contratar e é o único dos grandes paulistas ausente da Libertadores. Sinal amarelo.

Publicidade

Em termos de futebol sul-americano, entendo que o Brasil, até pelo momento econômico que atravessa, tende a se tornar hegemônico pelos próximos anos. Com "pibinho" e tudo, jogadores de países sul-americanos sem mercado na Europa vêm para cá. Tornamo-nos um polo de atração, pelo menos em nível local.

Já rivalizar com a Europa, como muitos andaram bravateando, são outros 500 mil euros. Com toda a crise do Velho Continente, os mega clubes continuam contratando e investindo. Para eles não há tempo ruim. Vivem numa economia paralela, o mundo maravilhoso do futebol, onde tudo é possível e o dinheiro jorra de fontes misteriosas. A economia inteira se contrai e sofre, da indústria aeronáutica ao vendedor de picolé. O futebol floresce. É o que os ingênuos chamam de "organização" europeia.

Já, nós, sul-americanos, temos de viver com a áspera realidade. E, a partir dos seus limites, desejar a todos um ótimo 2013.

* Coluna publicada no Caderno de Esportes do Estadão

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.