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Opinião|40 anos esta tarde

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
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Para muitos foi a Copa das Copas. É o meu caso. Há exatos 40 anos o Brasil vencia a Itália por 4 a 1, no Estádio Azteca, Cidade do México, e se sagrava tricampeão mundial. Jamais poderíamos esquecer aquela grande equipe: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino.

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A vitória começou com um gol de cabeça de Pelé e terminou com o chute de Carlos Alberto, desfecho de uma jogada coletiva simplesmente mágica.

Todo mundo, de minha geração, lembra do jogo e de onde (e como) estava naquele 21 de junho de 1970. É mais ou menos como a geração de americanos que se lembra perfeitamente do que estava fazendo no dia em que John Kennedy foi assassinado. Eles lembram a tragédia; nós, a festa.

Eu estava na casa de uma namorada, vendo o jogo com ela e um grupo de amigos numa velha TV em preto e branco. Depois de terminada a partida, falei com o pai da moça que o craque da Copa havia sido Pelé. Velho comunista, ele preferia achar que a força do conjunto era o segredo daquela seleção. Nós dois tínhamos razão.

Depois do jogo, saímos pela cidade. Havia uma festa em cada bairro. Por um dia, e talvez uma noite, mesmo nós, precocemente politizados, podíamos beber, comemorar e esquecer que vivíamos sob a mais cruel das ditaduras.

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A noite foi longa e a festa foi linda. Até onde posso me lembrar.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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