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Uma geléia geral a partir do cinema

Wilder execrável. Wilder?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Escrevi no post anterior que todo filme de Wilder é especial. Não sei bem por que, fui olhar no Dicionário de Cinema do Jean Tulard o que ele diz sobre o grande diretor. Tulard derrama-se em elogios, mas acrescenta que Wilder, às vezes, não escapou da vulgaridade, da grosseria e da complacência, concentrando todos esses 'defeitos' em Cupido não Tem Bandeira e no execrável - definição dele - Irma La Douce. O quê? Irma la Douce execrável? Só se for porque ele é francês e se sentiu ofendido com as ironias do mestre. Eu adoro Irma la Douce! Revi há relativamente pouco tempo na TV paga e me diverti não apenas com as piadas de sexo - Jack Lemmon dizendo a Shirley MacLaine que ela tem de parar; parar o quê, cara-pálida; de fumar ou da atividade como prostituta/ -, mas também com toda aquela parte do disfarce, quando Nestor vira o aristocrata impotente que Shirley regenera (como Marilyn faz com Tony Curtis em Quanto Mais Quente Melhor). Adoro as cenas do tribunal e acho o bordão do Lou Jacobi - 'Mas essa é outra história...' - genial. De onde que o Tulard tirou que o filme é execrável? Com o perdão pela vulgaridade, se estivesse vivo Wilder poderia usar o banheiro lá de casa cada vez que fosse dar uma c... boa dessas.

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