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Uma geléia geral a partir do cinema

Vitória!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

 

BERLIM - Daniel Ribeiro estava feliz da vida. Me abraçou e disse que espera que o filme dele, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, supere a marca de 100 mil espectadores, recorde da distribuidora Vitrine (com O Som ao Redor), como eu escrevi aqui no blog. Daniel ganhou o prêmio da crítica para a seção Panorama da Berlinale de 2014. Confesso que botava fé no Brasil, mas pelo perfil do prêmio - a crítica, enfim - achei que O Homem das Multidões, mais experimental, talvez tivesse mais chance do que um filme singelo, por mais corajoso que seja, como o do Daniel. Mas foi ele - Daniel Ribeiro - quem ganhou. O próprio Daniel disse que temia pela recepção da crítica. Agora, sabe que é boa. Michel Ciment, que presidia o júri da Fipresci para a competição - há um corpo de jurados para cada seção -, disse que seus colegas e ele viram muitos filmes bem realizados mas pouco originais, e outros originais mas não tão bem realizados. O único a reunir competência e originalidade foi a obra de um jovem de 91 anos, e por isso Amar, Beber, Cantar, ou The Life of Riley, de Alain Resnais, venceu o prêmio da crítica. É um bom Resnais, mas não um grande Resnais, e por isso mesmo eu gostaria que a crítica - meus pares -, ousasse mais, apostando em algum talento jovem (Karim Ainouz), como fizeram os jurados do Panorama. Enfim, as escolhas estão feitas e foram defensáveis. Sou um velho bobo e sentimental.Preciso dizer que chorei? Agora é com vocês. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho precisa acontecer nos cinemas brasileiros.

 

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