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Uma geléia geral a partir do cinema

Vem aí Um Século de Revolução Russa

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Havia encontrado Leo Mendes na noite do debate sobre Em Chamas, um evento Estado/Cia. das Letras/Caixa Belas Artes. E o Leo me disse que, de 6 a 12, o Belas Artes promove a mostra Um Século de Revolução Russa, com sete filmes. Citou O Encouraçado Potemkin e Outubro, de Eisenstein, e A Mãe. Pensei que fosse a de Pudovkin e até fiquei louco para (re)ver, mas é a de Gleb Panfilov, de 1990, tão decepcionante (mais?) que a de Marc Donskoi, de 1954. Walter da Silveira, o grande crítico baiano, gostava de dizer que, embora sua ideologia pudesse ser contestada, a Revolução Russa foi um dos maiores acontecimentos da humanidade justamente pela revolução estética que provocou - no cinema, inclusive e, talvez, principalmente. Lá vamos nós de novo para a escadaria de Odessa, mas, para (re)avaliar a montagem de atração na teoria de Eisenstein o programa terá de ser Outubro, sobre os dez dias que abalaram o mundo. Jean Tulard observa, e não sem razão, no Dicionário de Cinema, que se trata de um vasto afresco 'espetacular'. Se a evocação de Lenin em 1918, por Mikhail Romm, não foge aos cânones do stalinismo, a montagem do diretor sobre os crimes do nazismo em O Fascismo de Todos os Dias é um filme de terror que todo cinéfilo tem de conhecer. E ainda tem Gregori Tchoukrai, com o 41.º. Preferia que fosse A Balada do Soldado, com aquele alucinante movimento de câmera do começo, quando o soldado foge do tanque. Tchoukrai representa o degelo do cinema soviético por volta de 1960, após as denúncias de Kruschev contra Stálin no XX Congresso, de 1956. Voltarei ao assunto quando começar a programação sobre a Revolução Russa.

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