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Uma geléia geral a partir do cinema

Subo o morro e não me canso

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Cá estou, desde o início da tarde. Vim visitar o set de O Riso de Ariano, longa em episódios (cinco) que José Eduardo Belmonte realiza com roteiro de Tatiana Maciel e João Falcão, baseado em histórias de Ariano Suassuna. Não são bem histórias. Nas suas aulas shows, Ariano costumava contar anedotas que o filme expande. Assisti a parte da filmagem de O Furão, com o inglês Chris Mason. Todos os episódios estruturam-se em torno ao conceito da mentira. Chris é gringo, mas pensa que é o típico malandro carioca. Convidado para uma festa, ao invés de declinar - não quero, não posso -, ele inventa uma desculpa esfarrapada, dizendo que foi assaltado. O chefe da comunidade - o episódio está sendo filmado na Tavares Bastos, no Catete -, é interpretado por Jesuíta Barbosa, que não admite que alguém sob sua proteção, como Chris, tenha sido vítima de violência. Resolve caçar o assaltante, a confusão forma-se e a mentira, no limite, é desmascarada. O Rio está estranhíssimo. Chuvoso, sombrio. Ia jantar com Kika Freire, mas tivemos de cancelar por causa da crise criada pelo fechamento da Livraria Cultura, no Rio. No Teatro Eva Herz deveria estrear um espetáculo a que a Kika estava ligada e que, obviamente, dançou. Ficamos de remarcar amanhã, se der. Sozinho, fui jantar na Trattoria. Frango com camarão ao curry, arroz poró, um bom vinho. De volta ao hotel, em Botafogo - fico até sábado -, estou me sentindo feliz da vida. E olhem que o mar não está pra peixe. #EleNão, a crise, a Cultura que fecha lojas e não paga editoras. Apesar do horror, não desisto. Acho que só depende da gente para ainda sermos felizes.

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