Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Stefano Sollima, filho do 'meu Sergio' no western spaghetti

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Acho que o sentido do post anterior se encontra num conceito ou preocupação de Brad Bird, um autor a quem, apesar dos erros, admiro muito. No mundo real, as habilidades valem mais que superpoderes fictícios. Viva o Thiago Silva. Na terça, depois de assistir ao decepcionante O Homem- Formiga e a Vespa, almocei no Almanara do Eldorado - há tempos não comia num árabe, mudanças de hábito -, corri para a cabine da Sony, no RoboCop, para ver Sicário - O Dia do Soldado. O original era de Denis Villeneuve, um diretor com acertos consideráveis, a sequência de Stefano Sollima. Stefano quem? Peraí. Fui checar e ele é filho do meu Sergio preferido no spaghetti western, o Sollima, que fez O Dia da Desforra, Corre Homem Corre e o melhor, Quando os Brutos se Defrontam, Faccia a Faccia, com Tomás Milián e Gian-Maria Volontè. Não é que acredite no talento por DNA, mas já fiquei ouriçado. O começo, sobre as atividades na fronteira mexicana, vistas pelo ângulo das autoridades dos EUA, parece sob medida para expressar conceitos da administração Trump - todo mexicano é traficante. Catherine Keener, coitada, que já foi uma atriz interessante, emenda a mãe fdp de Corra! com uma burocrata governamental mais fdp ainda. Acabou-se? A continuar desse jeito, sim. Mas o filme cresce e fica muito interessante quando Benicio del Toro entra em cena no sequestro da filha de um rei da droga. Habilidades, não superpoderes. A próprias menina cresce e humaniza-se naquele deserto. E há um confronto surdo entre Josh Brolin e Del Toro, quando o primeiro recebe de Catherine a missão de eliminar as pontas soltas da operação que está sendo cancelada. O filme deslancha, o que não me surpreendeu quando, nos créditos finais, vi que o roteiro é de Taylor Sheridan. A garantia é de como ter George Moura como roteirista no Brasil. Ao contrário do desfecho do Homem-Formiga, fiquei siderado quando se fecha aquela porta. E agora? Estou mais interessado num possível Sicário 3 do que no Ant-Man que, com certeza, virá.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.