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Uma geléia geral a partir do cinema

'Stavisky'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

TIRADENTES - Se estivesse em São Paulo, teria endereço certo no sábado, meio-dia. Já contei da emoção que foi rever, no começo do mês, 'Hiroshima, Meu Amor', que abriu a série de homenagens que a Sessão Cinéfila do Espaço Unibanco presta a Alain Resnais, em janeiro de 2010, pegando carona na estreia de 'Ervas Daninhas'. 'Hiroshima' é um dos meus cults, um dos filmes que carrego comigo, num panteão muito particular. Neste sábado, a Sessão Cinéfila resgata outro Resnais que me encanta. 'Stavisky', com Jean Paul Belmondo, é considerado o filme mais 'comercial' do autor. O personagem existiu e foi um escroque que marcou a vida francesa nos anos 1930. Há muita controvérsia sobre quem de fato foi esse emigrado russo que se instalou na França e, à custa de golpes, conseguiu dominar/influenciar o sistema bancário, com repercussões na vida das pessoas comuns. Resnais trabalhou sobre um roteiro de Jorge Semprun, seu roteirista na obra-prima 'A Guerra Acabou'. Quero dizer que, mesmo adorando 'La Guerre Est Finie' - e me arriscando a tomar porrada - meu fascínio por 'Stavisky' é maior. Tecnicamente impecável, o filme explora todo o carisma de Belmondo no papel principal, mas o que me encanta em 'Stavisky' é a presença de Annie Duperey, bela e misteriosa como a Delphine Seyrig de 'Marienbad', e mais ainda a partitura de Stephen Sondheim. Fecho os olhos e sou capaz de 'ouvir' a trilha de 'Stavisky'. Com ela, vem as imagens suntuosas do filme, exatamente como quando penso em 'Hiroshima' (e 'ouço' os temas de Giovanni Fusco e Gerges Delerue). Vejam ou revejam 'Stavisky', por mim. Duvido muito que alguém vgá se arrepender, depois.

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