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Uma geléia geral a partir do cinema

Sleuth

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Tenho de concordar com o Saymon que Kenneth Branagh tem aquela fixação no Laurence Olivier, tentando superar os papéis mais icônicos dele. Não sabia que o roteiro de Sleuth era do Harold Pinter, mas não sei se isso faz uma grande diferença. Joseph L. Mankiewicz, o chamado cineasta da palavra, irmão do lendário Herman Mankiewicz - que escreveu Cidadão Kane -, era um notável dialoguista (e ganhou os Oscars de roteiro em Quem É o Infiel? e A Malvada), mas Sleuth é um dos raros casos, numa carreira notável, em que ele não assina o script do próprio filme. No caso, era o próprio autor da peça, Anthony Shaffer. Sleuth foi lançado nos cinemas, no Brasil, como Jogo Mortal (e depois ganhou outro título em vídeo, alguma-coisa Diabólico). Poucos filmes, mesmo do Mankiewicz, são tão cheios de epigramas e de pistas falsas e de referências cifradas. É maravilhoso e não creio que Kenneth Branagh tenha condições de reinventar aquela genialidade toda. Saymon se pergunta para quando a versão de Branagh de O Morro dos Ventos Uivantes, que Olivier interpretou sob a direção de William Wyler? Sei não, mas em matéria de Wyler (e Olivier), acho que a afinidade maior de Branagh seria com Perdição por Amor (Carrie). E só para concluir - entrevistei Branagh em Cannes, no ano de Hamlet. Comentei com ele que meu Hamlet favorito era o russo Innokenti Smoktunovski, no filme de Kozintsev. Ele concordou, entusiasticamente (não sei se porque, afinal, eu estava achando Olivier inferior em alguma coisa).

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