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Uma geléia geral a partir do cinema

Silêncio, por favor

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Ao voltar da Europa, disse que minhas prioridades eram as peças de teatro. As Rainhas do Orinoco, de meu amigo Gabriel Vilela, claro, A Gata no Telhado Quente e Blanche. Vou ver Rainhas no domingo para reencontrar uma amiga italiana e ainda estou tentando ingressos (estão esgotados) para as outras duas. Terminei vendo ontem O Testamento de Maria, espetáculo baseado em texto do irlandês Colm Tóibin que o próprio autor verteu para o teatro e Ron Daniel dirige para a interpretação de Denise Weinberg, atriz a quem muito admiro. Não importa o tamanho do papel, na tela ou no palco, ela rouba a cena. Pelo que entendi, Denise leu o livro, editado no Brasil, e tentou comprar os direitos, mas já haviam sido vendidos. Surgiu o diretor com o convite. Tinham me falado maravilhas do espetáculo. Eu, confesso, que mesmo de corpo presente, não consegui 'entrar'. É um monólogo. Maria, a mãe de Cristo. Numa parte, nas bodas de Canaã, Jesus interpela a mãe. "Mulher, quem é você?" Sentam-se lado a lado, sem trocar palavra, e Maria divaga sobre esse filho. Poderia ser bem interessante. Mas 'Ron' deve ter ficado com medo de colocar Denise sozinha no palco - ou será que é rubrica do autor? - e botou também um músico que faz a 'trilha'. Não discuto a qualidade do cara, que é realmente dos sete instrumentos. Mas, Deus!, tem uma fala em que ela diz 'A morte exige silêncio!' e o sujeito, por alguns segundos, pára. Aleluia! A briga da trilha com o texto me derrubou. É um ou outro. Comigo, não casaram.

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