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Uma geléia geral a partir do cinema

Será que ele era?

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Régis pergunta, numa boa - sem preconceito, como ele diz -, se Vincent Price era gay? Cara, sabe que eu também achava que ele era, afetado daquele jeito, mas agora não sei mais. Price foi casado com a Coral Bowne, também atriz - e o papel mais importante dela acho que foi em 'Triângulo Feminino' (The Killing of Sister George), de Robert Aldrich, no qual fazia a produtora lésbica que 'roubava' Susannah York da personagem de Beryl Reid. Só um parêntese - os filmes sobre homossexualismo feminino do Aldrich ('Sister George' e 'A Lenda de Lilah Claire') e o de masculino do John Huston ('Os Pecados de Todos Nós') são o máximo, para mim, porque não têm nenhuma (auto)comiseração, como certos filmes de diretores (e diretoras) que são gays assumidos. As pessoas são o que são nesses filmes e não despertam simpatia ou repulsa porque tem a opção preferencial por gente do mesmo sexo, mas pela ética (ou falta de...) de seus atos, que independe de seus gostos na cama. De volta a Vincent Price, pode ser que seu casamento fosse um arranjo, como o de Charles Laughton com Elsa Lanchester, no qual ela tolerava que ele, ogro como era, passasse em revista, como no Exército, todos os jovens atores (e pretendentes a atores) de Hollywood no seu tempo. A questão é que Laughton e Elsa foram felizes 'ever after', não importa o arranjo que tenham feito. Amavam-se, apoiavam-se e, pelo visto, colocaram a sexualidade em outro compartimento (ou então ele era bi). Não sei se foi a mesma coisa com Price e Coral, mas até onde sei foi outro casamento perfeito. Ou 'ferpeito', já que de perto ninguém é normal, como diria Alex de La Iglesia.

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