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Uma geléia geral a partir do cinema

Reparação

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Não sei muito bem o que anda se passando no mundo real, exceto o que vejo, como flashes, no noticiário de TV. O mundo anda terminando do Paraná para baixo, com inundações e deselizamentos que provocam vítimas Me lembrei de novo da crítica que mais ouço; as bolsas parece que estão reagindo e o mais bacana é o que acaba de ser provado - o socialismo, esse sistema tão exorcizado em tempos de economia de mercado, é ótimo quando se trata de salvar o capitalismo. Nada como socializar as perdas dos grandes conglomerados e privatizar os lucros. Como não quero ser chamado de burro - o que sempre ocorre quando toco nesse assunto -, deixem-me voltar ao cinema. Assisti ontem - pela 30ª vez? - a 'Orgulho de Preconceito'. Já disse e repito. Acho que o filme que Joe Wright adaptou do romance de Jane Austen é lindo. Me encanta a relação complicada de miss Elizabeth e do chevalier D'Arcy. É um dos mais belos filmes românticos - entre os recentes - que conheço. Vejo sempre com imenso prazer e a cena final com Donald Sutherlsnd é mágica. Revendo, anteontem, 'Orgulho e Preconceito', pensei na outra adaptação de Joe Wright - 'Desejo e Reparação', da qual sou um solitárioi (quase...) defensor. Me lembrei de novo da crítica que mais ouço. Joe Wright banalizou o romance de McEwan, mas eu não sinto o filme assim. 'Desejo e Reparação', para mim, não é sobre a ficção que redime a realidade, mas é justamente sobre a impossibilidade de que isso ocorra. Nenhum outro filme me lembra tanto 'Clamor do Sexo', de Elia Kazan, com sua epígrafe retirada do poema de Woodsworth - 'Nada trará de volta o esplendor da relva, mas vamos encontrar forças para seguir adiasnte (com nossa dor, com nossa culpa).' Belo Joe Wright. Se zapear hoje à tarde na TV paga e topar de novo com 'Orgulho e Preconceito', não vou resistir....

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