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Uma geléia geral a partir do cinema

Que raio de gente?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou saindo da redação do 'Estado' - vim para encontrar um grupo de estudantes de Jundiaí; eles me entrevistaram para seu trabalho de conclusão de curso, sobre 'Lula, o Filho do Brasil' -, mas não resisto a acrescentar mais um post, rapidinho. Na sexta, fui rever, à noite, 'Coco & Igor'. Havia gostado médio do filme de Jan Kounen sobre a ligação entre Coco Chanel e Igor Stravinski. Além dos atores, a deslumbrante Anna Mouglalis e Mads Mikkelsen, me encantara o começo, com a recriação da célebre estreia de 'A Sagração da Primavera', que tanto escândalo provocou em Paris, no começo do século passado. A cena continua impressionante, mas desta vez gostei mais do filme como um todo - é bom -, mas o post não é bem sobre isso. Sentaram-ser na minha frente três pessoas, dois rapazes e uma moça, ou três moças, não sei. Chegaram carregados de pipocas e refrigerantes que devoraram fazendo barulho, mas, enfim, faz parte. Ocorre que eles matraqueavam e não pararam de falar como se estivessem na sala de casa, vendo algum DVD. Eu ali, resistindo, mas teve uma hora em que o sangue me ferveu e eu protagonizei uma baixaria. Sessão das 21h30 no Arteplex. Merten surta. Falando alto para todo o cinema ouvir - é bobagem fazer psiu com essa gente -, explodi. 'Pelamor de Deus. Vocês chegam comendo feito porcos e não param de falar, feito lavadeiras. Calem a boca!' Um dos caras teve um choque. Ela, a guria, não se deu por vencida. Calou a boca, um pouquinho, mas depois voltou a falar (mais baixo). Tive vontade de levantar e dar umas bolachas no trio, mas meu amigo Dib Carneiro me segurou. Algum juiz ainda daria razão ao trio, a despeito de sua incivilidade. Não dá, gente. Cinema de shopping, um filme sobre dois ícones da chamada alta cultura. Imagino que o trio não fosse de iletrados. Mas que raio de gente era aquela?

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