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Uma geléia geral a partir do cinema

Programa duplo

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Fui ver ontem à tarde 'Arraste-me para o Inferno' e terminei fazendo um programa duplo ao assistir, à noite, a 'Se Beber não Case!'. Vamos por partes, como diria o esquartejador. Achei o novo Sam Raimi um primor de mise-en-scène, como cinema de gênero, mas não gostei muito, não. Ou melhor - tomei cada susto danado e senti um permanente mal-estar, mas o desfecho não me convenceu. A ausência de catarse me deixou piss off. Quando a gente pensa que acabou, aí, sim, vem a barra pesada, só para que o moralismo hollywoodiano prevaleça. Não tem perdão, os culpados têm de pagar - é verdade que na ficção, mais do que na realidade. Pode até ser (auto)ironia, mas, no limite, o filme me decwepcionou. Acho que, no fundo, é o une o terror de Raimi ao humor de Todd Phillips em 'Se Beber...' O noivo que vai para uma despedida de solteiro com amigos em Las Vegas come o pão que o Diabo amassou. Depois de uma bebedeira com droga, todos perdem a noção, mas o noivo simplesmente desaparece. No fim, ele faz juras de amor eterno à namorada, agora mulher, e diz que vai recompensá-la de todo sofrimento que lhe causou. Ah, é? Pura culpa - já que o cara, na verdade, sofreu muito mais do que ela, inclusive fisicamente, ao quase morrer de insolação. Achei o ponto de partida engenhoso. Os sobreviventes da despedida de solteiro acordam na suíte de luxo do Hotel Caesar. Um acorda sem dente, outro descobre que tem um tigre no banheiro etc. É tudo muito insólito, mas é Hollywood e o roteiro vai logo dando explicações para tudo, o que termina por banalizar o filme e colocá-lo nos trilhos - exceto o detalhe da galinha, que segue sem explicação até o fim. Ou será que eu perdi? Onde aquela galinha entrou na trama, ou na suíte? Vimos um monte de 'chicks', como diriam os Wayans Brothers, com seu humor incorreto, mas nenhuma 'de penas'. Confesso que esse post é só prólogo para o outro, que vou fazer a seguir. Aguardem!

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